Impossível não acordar hoje louca pra escrever pro meu filho.
Impossível não lembrar de como e onde eu estava há 2 anos atrás.
Impossível não encher os olhos dágua com o milagre da vida que gera vida.
Impossível não querer me teletransportar pro Brasil =(
Há dois anos atrás eu estava prestes a entrar na sala de cirurgia e ver minha vida mudar, girar, virar de cabeça pra baixo em todos os sentidos. Amadurecer, crescer, morrer de medo, voltar a ser criança, me sentir incapaz de tudo e ao mesmo tempo a mulher mais valente e ousada. Ter um filho me aperfeiçoou como ser humano. Não estou nem perto de ser perfeita mas com ele eu sinto que avancei na vida. Que conquistei meio mundo só pra mim, que não tem pra ninguém, sabe?
Talvez você não saiba ainda, e nem queira saber. Talvez você seja como eu fui um dia. E não tem problema nenhum. =)
Não querer um filho é uma opção e super válida. Quase foi a minha.
Por anos eu não entendia pra que colocar uma criança no mundo, expor aos crimes e desastres, pra ver uma sociedade se auto destruiur, pra que? No meio de tanto preconceito, ódio, catástrofe, pra que??? Sem contar que eu cultivei dentro de mim um monstro relacionado a gravidez, e talvez por isso mesmo minha gravidez não tenha sido fácil.
Foi tenso vomitar por quase 6 meses todas as manhãs, foi complicadíssimo ter palpitação a partir do sétimo mês porque o bebê era pouco pequeno, foi péssimo ter que dirigir por 1he30min pra ir pro trabalho, parar no meio da estrada pra "por todo o café da manhã pra fora", foi horrível engordar quase 20 kilos e ver meu rosto virar uma espinha gigante. Sem contar meus pés que dobraram de tamanho, as estrias nas pernas que apesar dos cremes foram impossíveis de conter, enfim, mudanças de humor, sensibilidade extrema, infinitas dúvidas, pessoas que brotavam do chão pra dar pitaco, enfim, foram 9 meses de muita intensidade em tudo, mas apesar disso passou rápido e o importante foi que passou, PASSOU e o melhor CHEGOU!!! Valeu a pena.
Ao mesmo tempo eu olhava minha barriga crescendo e entendia claramente a mensagem que a vida estava me dando: "este filho é um presente". Muitos casais falam isso e é óbvio que eu entendo e não quero tirar o brilho dessa frase na vida de ninguém. Só quero contar que na nossa vida, ele veio pra ser a cerejinha que faltava por conta do momento que vivíamos.
Tivemos um ano muito difícil em 2009 e quando chegou novembro daquele ano, as coisas começaram a mudar, nada dura pra sempre, nem o sofrimento =) UFA!!! hahaha e com a chegada de algumas respostas e mudanças que aconteceram, nosso ano terminou beeem diferente de como começou e logo no início de 2010 descobrimos que um baby estava a caminho. Foi super a cereja que faltava no nosso sundae. A alegria maior, a certeza de que tudo pode passar mas o nosso amor em forma de gente era algo que não passaria, e não vai passar nunca. Uma pessoa pra lembrar pra sempre que "apesar da tristeza, a alegria vem pela manhã" e no nosso caso, ela vem todas as manhãs, porque até hoje, desde que ele nasceu, a vida não é um mar de rosas mas a esperança que ele nos traz, a alegria que ele traz mesmo quando dorme(hahaha) restaura, renova, reanima, dá um empurrão pra continuar, muda o ângulo das coisas boas e das não tão boas assim, o nosso filho é mais do que nosso, é uma forma concreta de sentir o amor que Deus tem por nós.
Olhar pro Matheus é lembrar constantemente que a vida vai além do que os nossos olhos podem ver, que não temos noção do que é bom de verdade pra gente, é reconhecer que Deus fez e faz mais do que a gente podia pedir e imaginar. Eu poderia passar o dia tentando descrever a alegria que é ser mãe do Matheus mas ao invés disso, eu prefiro ir ali tocar bateria no quarto dele. Tchau pessoal.
O aniversário é dele mas o presente é todo nosso.
Te amo, filho.