terça-feira, 26 de junho de 2012

O mundo precioso das Anas da minha vida.

Como este espaço é pra compartilhar experiências, aqui vai um texto lindo de uma mãe que eu admiro muito, minha prima Ana Clara. A história dela como mãe não é diferente de muita gente não mas as escolhas que ela fez eu tenho certeza que sim. Ela foi de peito aberto pro desconhecido e hoje inspira muita gente. Valeu pela colaboração primota.


"As lágrimas que derramei quando descobri que você iria chegar, certamente não foram de felicidade, e por isso eu te peço perdão minha pequena. Foram lágrimas de uma menina que não entendia ainda o quão maravilhoso era ter você nos braços. Por mais que naquele momento milhares de coisas insignificantes viessem em meu pensamento, rapidamente entendi o que era o verdadeiro amor que crescia dentro de mim. Os meses foram passando e a ansiedade de ter você era sempre maior! Descobrir que os 9 meses na verdade eram 40 semanas foi torturante e os dias de fazer ultra-som pra ver o seu rostinho eram sempre contados a dedo. Não foi fácil encarar as más línguas e os olhares tortos; Não foi fácil ir para escola antes da sua chegada e ter que suportar pessoas te observando e perdendo todo o tempo falando de nós duas; Não foi fácil ver quem sempre me odiou tentando se aproximar para estar ‘por dentro’ dessa nossa nova fase; Não foi fácil ouvir que eu havia feito uma burrada e que essa minha gravidez indesejável acabaria com minha vida; Mais o que ninguém sabia é que essa burrada fosse me fazer a pessoa mais feliz do mundo, e o que eles chamaram de indesejável e ousaram dizer que acabaria com a minha vida, foi na verdade o que a deu sentido. Hoje sei o quanto valeu a pena tudo que passei, e tenha certeza que eu não abri mão de nada que não fosse recompensado com o amor que você me proporciona nesse tão pouco tempo de vida. Obrigada por você existir e me fazer a mãe mais babona e mais feliz do mundo. Eu te amo mais que tudo, Ana Julia Barros Bornancim! "

domingo, 24 de junho de 2012

eis que tudo começou...

Um belo dia um amigo disse: Você devia compartilhar num blog suas experiências como mãe. Acho que eu gostei da idéia.
Tentei começar um blog durante a gravidez mas eu passei tão mal por 7 meses que a última coisa que eu queria era compartilhar as infinitas manhãs de mal estar.

Meu filho nasceu, hoje ele tem 21 meses e essa aventura apesar de recente parece que já me envolve há décadas. Nasci pra ser mãe. Amo ser mãe. Me completa, me fascina, me vicia, me alegra, me desafia, me encoraja, me anima, me restaura, me humaniza, me espitirualiza e por fim me racionaliza.

Não é fácil pra mim e já percebi que não será nunca. Como mãe, como Yvia, eu tenho decisões aparentemente "insignificantes" pra tomar quase todo instante. Essas aparentes decisões insignificantes hoje, afetam profundamente o futuro próximo e distante da minha vida, da vida do meu filho e dos que estão ao nosso redor.

Um exemplo mongo que eu posso dar dessas decisões é o seguinte: "durante a gravidez eu quero escutar música num volume alto ou baixo?"
Muitas mães não param pra pensar na realidade de vida que elas levam e cogitam mudar radicalmente como fazem as coisas ou até mesmo como são depois que o bebê nasce.
Eu decidi escutar música alta durante a gravidez. Eu decidi propositalmente fazer isso.
Hoje?! Colho os frutos dessa decisão.
Meu filho ama música e ele também é capaz de dormir com barulho de tv, som, conversa, gargalhadas, enfim...Pra quem conhece a minha casa, minha vida com meu marido sabe que o meu piá não podia ser melhor!!!

Depois que ele nasceu percebi que essas perguntas começaram a aumentar e que a todo instante eu tinha perguntas pra fazer. Mas pra quem? Minha mãe está longe, minha sogra também, o ritmo de vida delas é tão diferente do meu, a realidade de vida é outra, no passado delas então tudo era mais diferente ainda, então pra quem perguntar? Pra pediatra? Pra tia pediatra? Pro google? Pros sites de maternidade, de educação de filhos? Pra amiga psicóloga? Pra professora? Pras avós? Pras amigas? Quem poderia me ajudar e me dar as respostas que eu tanto queria?

Caraca! Eu mesma.

Comecei a aceitar o fato e a levar a sério fazer as perguntas pra mim.
Descobri muita coisa nova a meu respeito e estou neste processo que eu sei bem que não tem fim.

A vida que eu quero levar, o que eu almejo, minhas aspirações, meus medos, minhas experiências de vida, tudo isso faz parte e colabora na hora de decidir o que fazer com meu filho e como fazer.

Primeiro, defini(mais ou menos) quem eu sou, oq eu gosto, como eu vivo, minha rotina e como meu filho nasceu, ele tem que naturalmente ser agregado e se sentir bem vindo nesta vida que já existia. Queria fazer de tudo pra que ele se sentisse amado e querido mas ao mesmo tempo queria ter certeza que eu não estava me anulando com isso. Um filho vem ao mundo e o mundo não pára por que ele nasceu, ele pega meio que o bonde andando e foi assim que comecei a nortear minha forma de educa-lô.

Obviamente, eu sempre tento equilibrar minha vida e a vida do meu marido, a gente tem longas conversas constantemente e percebemos que desde os 6 meses de vida do nosso filho, nossas vidas/ rotinas são reajustadas também.
Mas a essência, quem somos e o que gostamos a gente mantém. Alteramos o que precisa ser alterado para que a nossa base como família, a nossa identidade não mude por conta do nosso filho. Ele vai crescer e vai ter a vida dele, vai decidir onde e como ir, vai ter vontade própria SE ele crescer num lar onde os pais tem vontade própria. Eu nunca fui muito a favor de encher a casa de brinquedos, bagunça é uma coisa que me irrita, sempre irritou, acumular coisas eu detesto, é de família(hahaha) então por conta disso, eu decidi deixar os brinquedos do meu filho no quarto, dentro de um baú, o que ele não brincar por mais de 3 meses vai embora. Não entra brinquedo novo sem um velho sair.
Fazendo isso, eu estou respeitando quem eu sou, estou sendo fiel a logistica da minha casa e meu filho vai entendendo conforme o tempo quem a mãe dele é, como a casa que ele nasceu funciona e se Deus quiser, a longo prazo, ele não vai ver uma mãe frustrada, irritada, agoniada, depressiva ou sei lá mais o que, por que por anos deixou brinquedos acumularem só pra agradar o filho. Respeitar quem somos como mulheres, seres individuais, antes de nos tornarmos mães foi uma das primeiras lições que eu aprendi.

Cada família, cada casal, cada mulher tem seu jeito, sua vida, sua rotina, cada um almeja uma coisa diferente do outro, por isso as respostas não são padronizadas. Por isso pra ser mãe, é preciso amar refletir. Cautela, equilíbrio e ousadia andam juntos nesta jornada. Lembrando que pra cada um será de um jeito.
Aqui vão algumas perguntas que talvez te ajudem a entender o que estou dizendo.


  • Definindo horários para o meu filho dormir/acordar -  Pra definir este horário, eu sugiro umas sub-perguntas.  Sou uma mulher que acorda cedo pra trabalhar? Tenho costume de tomar café com meu marido todos os dias? Faço questão de ver o jornal, a novela toda noite? Tenho livros pra ler, amigas pra conversar?Que horas eu costumo fazer isso? 
  • Definindo alimentação para o meu filho - No meu caso eu decidi mudar a forma de me alimentar, meu filho nasceu e ele sem dúvida deu o empurrão que faltava pra que eu e meu marido eliminássemos e/ou diminuíssemos alguns maus-hábitos.
  • Definindo a vida social com meu filho e do meu filho - Tenho costume de sair e ficar até tarde da noite na rua? Conforme meu filho vem crescendo eu venho alterando isso. Tenho costume de dormir na casa de amigos? Deixar meu filho na casa de outras pessoas implica, no meu caso, em mais sub-perguntas(hahaha) mas enfim, deu pra entender, né?!

Eu percebo a situação e reflito, faço perguntas pra mim primeiro, depois vou atrás de artigos, casais que eu admiro e claro, dou uma boa lida em Provérbios =)
Boa noite.